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Mário R Simões, Maria João Seabra-Santos, Pedro Armelim Almiro, Leandro S. Almeida
A avaliação psicológica constituiu uma atividade relevante e exclusiva da Psicologia, justificando a análise da evolução da sua prática. Este artigo identifica os testes e outros instrumentos de avaliação psicológica mais utilizados em Portugal. Participaram 1383 psicólogos que responderam a um inquérito online. Os resultados permitem salientar que os testes de avaliação da inteligência (escalas de inteligência de Wechsler e, particularmente, a WISC) e de raciocínio não-verbal (Matrizes de Raven) estão entre os mais utilizados. Verificase um incremento no recurso a testes neuropsicológicos, testes de rastreio cognitivo, escalas de avaliação do comportamento e testes de rendimento ou realização escolar, e uma diminuição na utilização de testes projetivos.
Assinala-se, ainda, uma maior utilização de inventários de sintomas psicopatológicos do que inventários mais clássicos de personalidade. A discussão dos resultados remete para a necessidade de mais investigação relativa aos instrumentos utilizados, explicitando os dados referentes à precisão, validade e normalização dos seus resultados, favorecendo a qualidade dos testes em uso e assegurando assim uma utilização mais criteriosa dos instrumentos disponíveis pelos psicólogos portugueses nas suas práticas de avaliação psicológica.
Psychological assessment has been a relevant and exclusive activity of Psychology, justifying an analysis of the evolution of its practice. This article identifies the tests and other psychological assessment instruments most commonly used in Portugal. A total of 1383 psychologists took part and responded to an online survey. The results show that intelligence assessment tests (Wechsler Intelligence Scales, particularly the WISC) and nonverbal reasoning tests (Raven's Matrices) are among the most widely used. There has been an increase in the use of neuropsychological tests, cognitive screening tests, behavioral assessment scales and school performance or achievement tests, while there has been a decrease in the use of projective tests. On the other hand, there was a greater use of psychopathological symptom inventories than more classic personality inventories. The discussion of the results points to the need for more research into the instruments used, focusing on data relating to the reliability, validity and standardization of their results, promoting the quality of the tests in use and ensuring a more rigorous use of the instruments available to Portuguese psychologists in their psychological assessment practices.
