El contexto pandémico del SARS-CoV2 y las medidas de confinamiento sanitario han expuesto a la población a síntomas de ansiedad y depresión y se han convertido en una marca permanente en el desarrollo psicosocial y afectivo de los niños. Este efecto fue ciertamente evidente en los hijos de los profesionales de la salud que vieron a sus padres ser llamados al frente del campo de batalla contra un enemigo invisible y al mismo tiempo enfrentarse a la avalancha mediática que impulsaba el miedo y la inseguridad. Material y Métodos: Este estado de inquietud y vulnerabilidad propició el desarrollo de grupos de mindfulness terapéuticos para niños o niños y padres (relacionados con el profesional de la salud), desde un Centro de Referencia Hospitalario, durante un período de ocho semanas. Resultados: A lo largo de las sesiones se observó una alta adherencia a las técnicas de atención consciente, lo que permitió a los niños superar los obstáculos de la distancia física en un contexto virtual utilizado como puerta de entrada a las circunstancias de la vida y las dificultades vividas en el momento de la intervención. Discusión: Al final, se reportaron mejoras en los síntomas ansiosos y depresivos con mayor capacidad de regulación emocional, comunicación interpersonal y manejo de impulsos. Conclusión: Estos resultados impulsaron la elaboración de un protocolo de intervención y un proyecto de investigación en curso a la fecha de esta publicación.
The SARS-CoV2 pandemic context and sanitary confinement measures have exposed the population to anxiety and depressive symptoms and became a permanent mark in children’s psychosocial and affective development. This effect was certainly evident in healthcare professional’s children that saw their parents being called to the battlefield front line against an invisible enemy and at the same time facing the media avalanche propelling fear and insecurity. Material and Methods: This state of restlessness and vulnerability promoted the development of therapeutic mindfulness groups for children or children and parents (healthcare professional related), from a Hospital Reference Center, over a period of eight weeks. Results: Throughout the sessions, high adherence to conscious attention techniques was observed, allowing the children to overcome physical distance obstacles in a virtual context used as a gateway to the living circumstances and the difficulties experienced at the time of the intervention. Discussion: In the end, improvements were reported in anxious and depressive symptoms with greater capacity for emotional regulation, interpersonal communication and impulse management. Conclusion: These results instigated an intervention protocol elaboration and a research project ongoing at the date of this publication.
Introdução: O contexto pandémico SARS-CoV2 e as medidas de confinamento tornaram a população vulnerável a sintomas ansiosos e depressivos e são um marco indelével no desenvolvimento psicossocial e afetivo das crianças. Tal foi notório nos filhos de profissionais de saúde, que perante a avalanche mediática propulsora de medo e insegurança, viram os seus progenitores ser chamados para a linha da frente de um campo de batalha contra um inimigo invisível. Material e Métodos: Este estado de inquietação e vulnerabilidade promoveu a elaboração de grupos terapêutico baseados no mindfulness para grupos de crianças (filhas de profissionais de saúde) de um Centro Hospitalar de referência, durante um período de oito semanas. Resultados: Participaram um total de quinze crianças e uma adolescente, sendo as crianças divididas em três grupos (dois grupos multifamiliares e um com crianças com idades entre oito e onze anos) e mantendo-se a adolescente em sessões individuais. Apenas uma criança não concluiu as oito sessões da terapia. Objetivou-se uma elevada adesão às técnicas de atenção plena e consciente, tendo sido transpostas as dificuldades impostas pelo distanciamento físico. A plataforma virtual foi usada como uma porta de acesso ao contexto vivencial e às dificuldades experienciadas no momento da intervenção. Discussão: No final foram reportadas melhorias na sintomatologia ansiosa e depressiva, com maior capacidade de regulação emocional, de comunicação interpessoal e gestão dos impulsos. Conclusão: Estes resultados promoveram a elaboração de um protocolo de intervenção e a realização de um projeto de investigação, em curso à data desta publicação.