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Eduardo Bayon Britz, Claudia Maria Perrone
A proposta do trabalho é partir da psicanálise e abrir diálogo com outras áreas do saber para pensar a questão do bolsonarismo no Brasil, sobretudo desde a articulação entre o conceito psicanalítico de fantasia e o modo de operação dos algoritmos das redes sociais, passando pela correlação entre fantasia e ideologia, como trabalhada por Žižek. Nossa abordagem, fundamentalmente crítica, também se relaciona com a necessidade de a psicanálise se posicionar frente à movimentos políticos mortíferos, desde sua vocação como uma teoria social, e também melhor se apropriar das dinâmicas algorítmicas, tão caras a atual fase do capitalismo, olhando não apenas para os efeitos clínicos desse fenômeno, mas também para seus efeitos éticos e políticos. Em tempos de aceleração, individualismo e competição, destacamos as redes sociais como um novo modo de construir e sustentar visões de mundo, o que coloca importantes desafios para as teorias críticas.
