Maria Lucia Macari
Este artigo é uma tentativa de resgate dos vaga-lumes. Dos lampejos de luz e esperança em meio às obscuridades das ondas fascistas que se alastraram nos últimos anos. Para isso, parte das reflexões de Pasolini sobre o novo fascismo italiano – que nasce das ruínas do fascismo de Mussolini – e se desenvolve no seio do capitalismo emergente em meados dos anos de 1960. Depois, a partir das experiências clínico-políticas de Wilhelm Reich, tenta refletir sobre a função psíquica da ideologia fascista, não como uma consequência de um “líder tirano”, mas como um problema estrutural. Para finalizar, o artigo busca refletir sobre a questão da colonização, como uma das bases do que entende-se por fascismo histórico. No fim das contas, os sonhos diurnos que nos movimentam no sentido das mudanças concretas, só são possíveis se conseguimos vislumbrar os lampejos, vaga-lumes apesar de tudo.