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Camila Perez, Daniela Nahuelpán
El derecho de los pueblos indígenas a recibir una educación respetuosa de su identidad cultural ha sido consagrado a través de múltiples declaraciones internacionales. No obstante, las escuelas presentan dificultades para abordar la pertenencia étnica de los estudiantes, incorporar el punto de vista indígena e interactuar apropiadamente con las familias. Las autoras pertenecen al pueblo mapuche y han considerado relevante abordar las tensiones percibidas en el espacio educativo a lo largo de su experiencia de trabajo académica y profesional. Se adhiere a la perspectiva de la psicología cultural, que plantea la construcción mutua del individuo y su contexto. Esta investigación busca comprender las tensiones entre la escuela y familias indígenas que pertenecen al pueblo mapuche y que viven fuera del territorio ancestral. Se siguió una estrategia cualitativa de recolección y análisis de datos, con foco en las narrativas de 14 madres y padres mapuches con hijos en edad escolar. La relación entre la escuela y las familias mapuches está marcada por la desconfianza y la crítica de parte de esta última. La escuela muestra ambivalencias, en tanto intenta incorporar expresiones culturales mapuche y, al mismo tiempo, reproduce dinámicas de discriminación. Las tensiones observadas están relacionadas con el legado de discriminación dejado por la escuela y por la experiencia de racismo vivida por los entrevistados. Las limitaciones en la gestión de la diversidad cultural se ven perpetuadas por resistencias políticas y sociales a avanzar en un mayor aseguramiento de derechos para los pueblos indígenas.
Multiple international declarations have proclaimed the right of indigenous peoples to receive a respectful education toward their cultural identity. However, schools struggle to address students' ethnicity, incorporate indigenous perspectives, and properly interact with families. The authors belong to the Mapuche people and have considered it relevant to address the perceived tensions in the educational space during their academic and professional work experience. They adhere to the perspective of cultural psychology, which proposes the mutual construction of the individual and its context. This research is aimed to understand the tensions between the school and indigenous families belonging to the Mapuche people, who live outside the ancestral territory. A qualitative data collection and analysis strategy was followed, focusing on the narratives of 14 Mapuche mothers and fathers with school-age children. The relationship between the school and the Mapuche families is characterized by mistrust and criticism from the families. The school exhibits ambivalence while trying to incorporate Mapuche cultural expressions and reproducing discrimination dynamics at the same time. These tensions are related to the legacy of discrimination left by the school as an institution and episodes of racism experienced by the interviewees. Difficulties in the management of cultural diversity are perpetuated by political and social resistance to provide and expand indigenous rights.
O direito dos povos indígenas de receber uma educação que respeite sua identidade cultural foi consagrado em numerosas declarações internacionais. Entretanto, as escolas enfrentam dificuldades para abordar a etnia dos alunos, incorporar o ponto de vista indígena e interagir adequadamente com as famílias. As autoras pertencem ao povo mapuche e consideraram relevante abordar as tensões percebidas no espaço educacional durante sua experiência acadêmica e profissional. Elas aderem à perspectiva da psicologia cultural, que propõe a construção mútua do indivíduo e de seu contexto. Esta pesquisa busca entender as tensões entre a escola e as famílias indígenas pertencentes ao povo mapuche e que vivem fora do território ancestral. Foi adotada uma estratégia de coleta e análise de dados qualitativos, com foco nas narrativas de 14 mães e pais mapuches com filhos em idade escolar. O relacionamento entre a escola e as famílias mapuches é marcado por desconfiança e críticas por parte dessas últimas. A escola demonstra ambivalência, pois tenta incorporar expressões culturais mapuches e, ao mesmo tempo, reproduz dinâmicas discriminatórias. As tensões observadas estão relacionadas ao legado de discriminação deixado pela escola e à experiência de racismo vivida pelos entrevistados. As limitações no gerenciamento da diversidade cultural são perpetuadas pela resistência política e social ao progresso na garantia de maiores direitos para os povos indígenas.
