Maria do Rosário de Jesus Martins
O desfecho de qualquer tratamento realizado no setting da consulta de medicina dentária é variavelmente contingente à qualidade da relação estabelecida pelo par relacional médico dentista - paciente. Em odontopediatria, sabe-se que alguns comportamentos disruptivos expressados pelas crianças durante as consultas resultam de actos de comunicação não ajustados por parte dos médicos dentistas. Nesse enquadramento, e suportado na comunicação não-verbal, o presente estudo avalia de que forma os sinais não-verbais emitidos durante a consulta em odontopediatria, quer pelos médicos dentistas, quer pelos pacientes-crianças, são percepcionados. O procedimento metodológico consistiu na aplicação de dois questionários originais a dois grupos: 288 crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 10 anos de idade (G1); 221 médicos dentistas e estudantes finalistas de medicina dentária. Os questionários consubstanciam-se num instrumento que permite a análise dos sinais não-verbais subliminares enviados por crianças e médicos, permitindo um eventual ajustamento das estratégias na intervenção no contexto da relação médico dentista- criança
The outcome of any treatment performed in a dental medicine appointment setting is invariably contingent on the quality of the relationship established by the relational pair dentist – patient. In pediatric dentistry, it is nowadays well-known that some disruptive behavior expressed by children during appointments result from dentists’ ill-suited communication acts. The current study draws on strategies inherent to non-verbal communication and accesses how non-verbal signs, sent by both, dentists and patients, during pediatric dentistry appointments, are perceived. The method- ological procedure consisted in the application of two original questionnaires per group/sample: 208 children aged 6-10 years (G1); 221 dental care practitioners (G2) - dentists and dental medicine stu- dents undergoing clinical internship. Those questionnaires provide an instrument for analyzing non- verbal, subliminal signs, sent by children and doctors, allowing thus for an eventual adjustment of pediatric dentistry intervention strategies used in the context of dentist - child relationship.