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Anna Livia Salgueiro, Erich Montanar Franco, Adriana Rodrigues
Nas últimas décadas, as concepções acerca da velhice mudaram de uma perspectiva de decrepitude e isolamento para a possibilidade de viver novas experiências e desfrutar da aposentadoria. Mas esse novo estilo de vida é economicamente inacessível a muitos idosos. Com o crescente envelhecimento da população brasileira, os serviços de saúde deverão se adaptar ao aumento da demanda por atendimento ajustando-se às necessidades biopsicossociais do sujeito envelhecido. Este estudo busca descrever e analisar as queixas de pacientes idosos e as práticas clínicas produzidas em um serviço-escola de Psicologia em São Paulo. Consultamos 46 prontuários não-identificados de pacientes com 60 anos ou mais atendidos em psicoterapia entre 2015 e 2019. As temáticas mais abordadas por esses pacientes perpassam as relações sociais e as perdas ocasionadas pelo envelhecimento. Contudo, variáveis sociais e econômicas não foram incluídas nos esforços de compreensão e tratamento dos usuários desse serviço. Além disso, a maioria das análises estudadas não estava embasada em referenciais teóricos sobre envelhecimento. Destacamos a urgência da inclusão desse debate na formação de futuros profissionais de Psicologia e da Saúde.
In the last decades, the understanding about old age has changed from a perspective of decrepitude and isolation to the possibility of living new experiences and enjoying retirement. But this new lifestyle is economically inaccessible for many elders. As Brazilian population ages, health services must adapt to the increased demand for care adapting to the biopsychosocial needs of the aged being. This study seeks to describe and analyze the afflictions of elderly patients and the clinical practices produced in a student clinical training center in São Paulo. We consulted forty-six non-identified records of patients aged sixty or over that were treated with psychotherapy between 2015 and 2019 at this center. The themes most addressed by these patients pass through social relationships and the losses caused by aging. However, social and economic variables were not included in the efforts to understand and treat them. Furthermore, most analyses were not based on theoretical references on aging. We emphasize the urgency of incorporating this debate in the training of futures Psychology and Health professionals.
