Introdução: A literacia em saúde mental é fundamental para o reconhecimento de problemas de saúde mental e intervenção precoce. A sua avaliação é importante para identificar deficits de conhecimento sobre a saúde/doença mental e ajudar na definição de programas de intervenção para a promover a literacia em saúde mental, bem como para a avaliação dessas intervenções. Objetivos: Identificar que variáveis sociodemográficas e contextuais à história de doença e comportamentos de saúde interferem na saúde mental positiva dos enfermeiros doscuidados de saúde primários;verificarseexisterelação entrealiteraciaem saúde mentaleasaúde mental positiva dos enfermeiros dos cuidados de saúde primários. Métodos: Estudo transversal, descritivo-correlacional e de natureza quantitativa numa amostra de 89 enfermeiros a exercerem funções num agrupamento de centros de saúde da região centro de portugal (ACES-Dão Lafões). O instrumento de colheita de dados incluiu um questionário com questões relativas á caracterização sociodemográfica, história de doença mental e comportamentos de saúde. A Escala de Literacia em Saúde Mental (O Conner et al., 2015) adaptada e validada para a população portuguesa por Loureiro e Carvalho (2018), Questionário de Saúde Mental Positiva traduzido e adaptado para a população portuguesa por Sequeira, Carvalho, Sampaio, Sá, Lluch-Canut e Roldán-Merino (2014) e a Escala O que é importante para uma boa saúde mental? (Chaves, Sequeira & Duarte, 2019). Resultados: Os resultados do estudo mostram um predomínio do género feminino (82,0%), com uma idade média de 45,60±8,43 anos. Pela ordenação dos valores da média os enfermeiros da amostra possuem níveis elevados de literacia em saúde mental (67,06±7.73). Os valores médios mais elevados foram encontrados nas dimensões: Reconhecimento e auto ajuda apropriada (M=71,34±10,58) e Conhecimento sobre apoio profissional disponível (M=68.41±16.74). A análise da relação entre a saúde mental positiva e a literacia em saúde mental revela que os enfermeiros com literacia crítica apresentam melhores níveis de saúde mental positiva. As variáveis Preditores da saúde mental positiva foram: O sexo masculino, idade, os anos de experiência profissional, as horas de sono e todas as dimensões da literacia em saúde mental que explicam 24,8% da variação. Conclusão: Os enfermeiros que participaram no estudo possuem níveis elevados de Literacia em Saúde Mental (Literacia Critica), com associações positivas e significativas com a saúde mental positiva. Esta investigação, mostra algumas das implicações que podem resultar de baixos níveis de literacia em saúde mental, podendo impedir o reconhecimento precoce dos sintomas e adiar a procura de ajuda. Os resultados encontrados trazem contributos importantes para a criação de programas de intervenção em literacia em saúde mental nos profissionais dos cuidados de saúde primários. Investir nesta área, junto dos enfermeiros que prestam cuidados de proximidade (CSP) aumenta a eficácia das suas intervenções de promoção da saúde mental.
Introduction: Mental health literacy is fundamental for the recognition of mental health problems and early intervention. Its assessment is important to identify knowledge deficits about mental health/mental illness and help define intervention programs to promote mental health literacy, as well as to evaluate these interventions. Objectives: To identify which sociodemographic and contextual variables to illness history and health behaviors interfere with the positive mental health of primary health care nurses; to verify whether there is a relationship between mental health literacy and the positive mental health of primary health care nurses. Methods: Cross-sectional, descriptive and correlational study with a quantitative nature in a sample of 89 nurses working in a cluster of health care centers in the central region of Portugal (ACES-Dão Lafões). The data collection instrument included a questionnaire with questions on sociodemographic characterization, history of mental illness and health behaviors. The Mental Health Literacy Scale (O’Conner et al., 2015) adapted and validated for the Portuguese population by Loureiro and Carvalho (2018), the Positive Mental Health Questionnaire translated and adapted for the Portuguese population by Sequeira, Carvalho, Sampaio, Sá, Lluch-Canut, and Roldán-Merino (2014), and the What is important for a good mental health? (Chaves, Sequeira & Duarte, 2019). Results: The results of the study show a predominance of the female gender (82.0%), with a mean age of 45.60±8.43 years. By the ordering of the mean values the nurses in the sample have high levels of mental health literacy (67.06±7.73). The highest mean values were found in the dimensions: Recognition and appropriate self-help (M=71.34±10.58) and Knowledge about available professional support (M=68.41±16.74). Analysis of the relationship between positive mental health and mental health literacy reveals that nurses with critical literacy have better levels of positive mental health. The variables Predictors of positive mental health were: Male gender, age, years of professional experience, hours of sleep and all dimensions of mental health literacy which explained 24.8% of the variance.Conclusion: The nurses who participated in the study have high levels of Mental Health Literacy (Critical Literacy), with positive and significant associations with positive mental health. This research, shows some of the implications that may result from low levels of mental health literacy, which may prevent early recognition of symptoms and delay help-seeking. The findings make important contributions to the creation of mental health literacy intervention programs for primary health care professionals. Investing in this area with primary care nurses increases the effectiveness of their mental health promotion interventions.