O presente artigo se propõe a realizar uma leitura do bolsonarismo a partir de uma revisão do mecanismo de identificação ao líder proposto por Freud. Para tanto, são abordadas as noções de fascismo e populismo, desenvolvidas respectivamente por Theodor Adorno e Ernesto Laclau, decantando daí três operadores fundamentais à emergência desse fenômeno: identificação narcísica, retórica vitimista e “religiosização da política”. Por fim, debatemos a importância do trabalho da desilusão como condição necessária para a elaboração da necessidade da crença.