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Tomás José Jane
Vivemos uma num mundo em que a comunicação social domina o espaço cultural identitário das comunidades locais, regionais e internacionais. O boom das redes sociais e culturais traz consigo a possiblidade de uma cultura sufocar a outra, sem medir o espaço em que esta outra abrange. Gera mudanças comportamentais e culturais, levando os indivídios a esquecerem a sua própria cultura e perderem de certa maneira a noção da intraculturalidade. A crise da narrativa evolutiva do debate sobre comunicação intercultural postulada por vários pesquisadores e autores, deve ser vista tomando como ponto de partida a comunicação intracultural. Partindo da premissa de que a comunicação intercultural só pode existir quando vista a partir da comunicação intracultural, toma-se como foco a necessidade de que “antes de conhecer e entender a cultura do outro, devo, em primeiro lugar, conhecer e entender e não só, viver e valorizar a minha própria cultura e a cultura da minha comunidade”. Para isso, viu-se ser imprescindível a concepção deste estudo com vista a reflectir-se sobre relações intraculturais e estabelecer-se uma ponte que nos leva a perceber as reais dificuldades que se vivem na comunicação intercultural. Neste fio de pensamento, pretendemos provocar um debate que permitem percebermos os contornos da iteração intercultural entre as diversas comunidades culturais transnacionais no seio da CPLP. Não se trata de um estudo acabado, mas sim, de uma provocação para a uma refleção profunda que nos leve a quebrar as barreiras culturais existentes não só na CPLP, como também na sociedade global como um todo.
