Esperança Jales Ribeiro, Sara Alexandre Felizardo, Catarina Martins, Sofia Campos
The conceptions of “who is the child, how develops and learns” are the result of different contributions, including psychology, sociology and pedagogy. In turn, explicit theories and praxis are sustained by paradigms of human subjectivity that coexist in time. It is understood that the implementation of an educative model does not guarantee, by itself, the knowledge of the underpinning fundaments. It is essential to understand the concept of child underlying this praxis and be able to assess where it takes us.only then the educator will be able to solve new problems that are presented in practice. As advocated by social constructionism it is necessary to know that all forms of world comprehension are social and cultural situated, being useful a critical position relation to that we think is given as guaranteed (Gergen, 1995). The study is qualitative and exploratory and involved the collaboration of sixteen educators. The technique used was semi-directive interview. It was found that both groups define identity as a hidden “entity”, on a split between the personal and the social world, providing an abstract and isolated overview of the child. This corresponds to a classical paradigm of human subjectivity designated as representationist (Ribeiro, 2004) that is evidenced in the definition given by the two groups of educators. Regarding educational strategies the results are different in both groups. The first educators were consistent with the initial theorizing, speaking at child-centered pedagogy and discovery. The educators MSM show a different perspective, stating dialogic and collaborative strategies in an attitude of educative isomorphism that meet guidelines model. The study concludes the need and importance of professional training processes in the direction of critical deconstruction of pedagogical models (the epistemological point of view), in order to avoid educational isomorphism not understood in its essential reasons.
As conceções sobre “quem é a criança, como se desenvolve e aprende” resultam de contributos diversos entre os quais os provenientes da psicologia, sociología e da pedagogia. Por sua vez, as teorías explícitas e a práxis sustentam-se em paradigmas da subjetividade humana que coexistem no tempo. Entende-se que a implementação de um modelo educativo não garante, por si só, o conhecimento dos fundamentos em que assenta. Torna-se essencial perceber qual o conceito de criança subjacente a essa práxis e estar capaz de avaliar para onde este nos conduz. Só assim o educador estará capaz de resolver os novos problemas que se apresentam à prática. Como defende o construcionismo social é preciso saber que todas as formas de compreensão do mundo são social e culturalmente situadas, sendo útil uma posição crítica relativamente ao que tomamos como certo (Gergen, 1995). Esta investigação tem como objetivo saber quais as estratégias usadas por dois grupos de educadores para promoverem, em contexto pré-escolar, a construção da identidade na criança e ainda conhecer como a definem. Um dos grupos não tem um modelo pedagógico específico, é por isso eclético, o outro implementa o modelo do Movimento da Escola Moderna (MEM). O estudo é de natureza qualitativa e exploratória e contou com a colaboração de dezasseis educadores. A técnica usada foi a da entrevista semi-directiva. Verificou-se que ambos os grupos definem a identidade como “entidade” escondida, numa clivagem entre o mundo pessoal e o social, facultando uma visão de abstrata e isolada da criança. Tal corresponde a um paradigma clássico da subjectividade humana designado de representacionista (Ribeiro, 2004) evidenciado na definição dada por ambos os grupos de educadores. No que concerne às estratégias educativas, os resultados são distintos nos grupos. Os primeiros educadores foram coerentes com a teorização inicial, falando numa pedagogia centrada na criança e na descoberta. Os educadores do MEM evidenciam uma perspectiva diferente, indicando estratégias de natureza dialógica e colaborativa numa atitude de isomorfismo educativo face às orientações do modelo. O estudo conclui sobre a necessidade e importância dos processos de formação dos profissionais no sentido da desconstrução crítica dos modelos pedagógicos (do ponto de vista epistemológico), a fim de se evitarem isomorfismos educativos não compreendidos nos seus fundamentos essenciais.