Regina Magalhâçes de Souza, Nicolau Tadeu Arcaro
Este artigo analisa três documentos referentes à juventude produzidos nos anos 2000 pelo Banco Mundial, com o propósito de identificar a posição atribuÃda ao jovem indivÃduo objeto de polÃticas públicas. Além do investimento no capital humano juvenil, os documentos prescrevem o investimento do jovem em si mesmo, atribuindo pelo menos parte do êxito das polÃticas e medidas à atividade do jovem indivÃduo. A atividade individual também pode ser detectada no deslizamento da noção de âsituação de riscoâ para a noção de âcomportamento de riscoâ e na noção de âparticipaçãoâ prescrita à juventude. Tanto a noção de comportamento quanto a de participação baseiam-se na atividade, mas na atividade heterônoma, desprovida de reflexão, crÃtica e discernimento. Sob a aparência de uma maior responsabilização do jovem indivÃduo pelos destinos de sua vida, abre-se a possibilidade de controle do comportamento. A psicologia nomeada como âecologia do desenvolvimento humanoâ é usada como sustentação desse discurso de poder.