Ilana Lemos de Paiva, Oswaldo Hajime Yamamoto
O artigo desenvolve reflexão sobre as possibilidades de atuação do psicólogo no âmbito do âterceiro setorâ, a partir da prática comunitária. Apesar do quadro crÃtico de pobreza e desigualdade social em que vivemos no paÃs, as perspectivas atuais apontam para o fim do âEstado interventorâ e para a redução do gasto público destinado à s polÃticas sociais. Com o enxugamento do Estado, o âterceiro setorâ está encarregado de pacificar a questão social, reduzindo-a ao âmbito do dever moral. Convocado ao compromisso social, o psicólogo também começa a trabalhar na fronteira da exclusão, sem questionar a funcionalidade e as implicações polÃticas do novo cenário. A perspectiva apresentada é a de que no campo das intervenções sociais, e mais acentuadamente no âterceiro setorâ, os psicólogos seriam ânovos quixotesâ, agindo com boa vontade, com grandes sonhos de transformação, mas realizando ações que não partem de uma leitura crÃtica e adequada da realidade, não enxergando suas possibilidades reais e seus limites de atuação. Por fim, defendemos que se deve buscar, com a inserção profissional, melhorar a qualidade de vida e o bem-estar, através de uma intervenção proativa, buscando o desenvolvimento, a organização e a emancipação das pessoas, grupos e comunidades.