Gilead Marchezi Tavares, Paulo Rogério Meira Menandro
Este trabalho constitui parte da tese de doutorado da autora. Seu objetivo foi conhecer as trajetórias de vida de internos do sistema carcerário capixaba e os sentidos atribuÃdos à prisão. Foi utilizada como ferramenta intelectual a abordagem teórico-metodológica das Práticas Discursivas. Foram realizadas entrevistas orientadas por blocos temáticos de investigação (histórias prisionais e perspectivas futuras) com dez internos do Instituto de Readaptação Social, a penitenciária de Vila Velha (ES). Pontos recorrentes nas entrevistas foram registrados: escolaridade baixa, passagens pela polÃcia anterior à maioridade, falta de profissionalização, histórias de torturas e maus-tratos em presÃdios por onde passaram antes da chegada ao IRS. As perspectivas de vida futura apresentam-se de forma inconsistente ou ambÃgua, já que a conexão entre pretensões pessoais e condições para efetivá-las não é percebida como realmente viável pelo detento. Os sentidos construÃdos para o encarceramento podem ser representados como sofrimento, arrependimento, pagamento de dÃvida e sentimento de desrespeito.