Maria da Grâça Jacques, Maria da Grâça Hoefel, Jacâia Aguilar Netz, Jussara Maria Rosa Mendes, Mayte Raya Amazarray
O número crescente de acidentes, mortes e doenças relacionadas com o trabalho reforçam a convicção sobre a importância da Saúde do Trabalhador e seu estreito vÃnculo com a noção de cidadania, pois a existência de uma cidadania frágil ignora, por exemplo, o direito à integridade fÃsica como uma condição a outros direitos humanos. Neste texto, apresenta-se, discute-se e fundamenta-se teoricamente uma experiência de trabalho com grupos de portadores de LER/DORT â chamados Grupos de Ação Solidária â que tem o objetivo de desenvolver a consciência crÃtica, o engajamento social e a instituição de laços solidários, abrindo espaço para a (re)construção da cidadania desses trabalhadores. As atividades com grupos contêm um potencial que permite não se restringir a uma proposta terapêutica circunscrita à sintomatologia incapacitante decorrente da LER/DORT. Argumenta-se que as ações em Saúde do Trabalhador devem incluir o resgate da cidadania enquanto um dispositivo capaz de suscitar a proposição de ações de transformação social.