Um modelo de Estado de bem-estar social não pode configurar retórica filosófica ou opção de um sistema político, mas um imperativo soberano para a sobrevivência das sociedades contemporâneas.
O presente estudo, de base eminentemente teórica, integra conceções de distintos campos de pesquisa como a psicologia, sociologia e políticas públicas -, com o propósito de analisar fatores de risco social, para a população adulta, que decorrem da implementação de políticas públicas de austeridade.
Se do lado do Estado há um claro entendimento acerca das obrigações dos cidadãos, explícito em normativos legais ou implícito por atitudes e comportamentos de cidadania que o Estado espera de um povo, à sua imagem, bom aluno; da parte dos cidadãos é expectável que se reclamem os direitos adquiridos pelo esforço e pelos contributos a que estão vinculados.
As políticas de austeridade vigentes mudam o eixo de centralidade de uma relação que se requeria de equilíbrio; simultaneamente, espelham a hegemonia do poder do Estado em arenas de exercício estribadas em marcadores económicos, que nos sugere, em teoria, que os contratos psicológicos possam estar em sucessiva rutura.
Será no âmbito da responsabilidade social do Estado que têm de emergir novas dinâmicas que respondam a novas formatações societais e a novas formas de proteção dos cidadãos.
A State model of social welfare can not set up a philosophical rhetoric or an option of a political system, but a sovereign imperative for the survival of contemporary societies.
This study, with a eminently theoretical base, integrates conceptions of distinct fields of research such as psychology, sociology and public policy -, with the purpose to analyze social risk factors, for the adult population, resulting from the implementation of public austerity policies.
If on the States side there is a clear understanding of the citizens obligations, explicit in legal norms or implicit in citizenship attitudes and behaviors that the State expects from a nation, that is a good student, from the citizens side it is expected that they claim their rights acquired from the effort and from the contributions to which they are bound.
The prevailing austerity policies change the central axis of a relation that requires balance; simultaneously, reflecting the hegemony of the States power in arenas of exercise established in economic markers, suggest that, in theory, psychological contracts may be in successive rupture.
It will be in the States social responsibility that new dynamics, which respond to new societal formats and to new forms of protection for the citizens, have to emerge.