O presente artigo é um relato e teorização sobre uma experiência de trabalho de grupo com pais de crianças especiais, portadoras de distúrbios neurológicos, mais sérios ou de dificuldades psicodinâmicas graves.
Pretende-se aliar a prática do jogo psicomotor à verbalização e dinâmica de grupo, tal como compreendidos numa releitura psicanalítica da Psicomotricidade Relacional, que caracteriza a psicomotricista organizadora do grupo de pais.
A Psicanálise é utilizada como contraponto à Psicomotricidade, recorrendo-se à sua teoria e técnica, que ajudam a ligar, entrelaçar, unir, os temas vividos e, depois discutidos pelos pais.
A síntese teórica de alguns conceitos pertinentes às vivências psicomotoras e às discussões dos pais também se baseou nos conhecimentos psicanalíticos.
A condução do grupo, por duas psicólogas, permitiu a diluição de movimentos transferenciais que não levariam a um verdadeiro trabalho e processo de grupo. Suas intervenções buscaram sempre uma mediação que permitisse a construção de um saber dos próprios pais sobre seus filhos.