Rosa Marina Afonso, Gabrielle Poeschl
Este trabalho remete-nos para a situação em que a mulher parece ter conquistado menos em termos de igualdade: a esfera familiar (Poeschl & Serôdio, 1998). As diferenças a este nível tendem a manter-se, apesar das alterações que possam ocorrer na esfera pública, nomeadamente a entrada em massa das mulheres no mercado de trabalho. Partimos da concepção desta problemática fundamentada nas representações sociais do género enquanto estrutura básica de influência nas atribuições do homem e da mulher em contexto familiar e da explicação do facto desta divisão desigual não provocar, na maioria dos casos, a percepção de injustiça. Os resultados reforçaram o facto das mulheres continuarem a ser responsáveis por muito mais trabalho familiar que os homens. Os resultados sugerem que a situação profissional funciona de forma diferencial como elemento regulador da participação dos cônjuges nas práticas familiares. A situação de desemprego implica, sobretudo, uma maior participação no homem. A participação da mulher, sempre superior à do homem, é relativamente independente do facto de se encontrar empregada ou desempregada. A esta constatção podem encontrar-se subjacentes os papéis de género masculino e feminino.