Artur Mamed Cândido
, Mohammad Odeh
, Thessa Guimarães
Resumo Atualizando a violência do domínio colonial para o contexto do século XXI, o colonialismo israelense nega o reconhecimento da humanidade do povo sob ocupação como estratégia ideológica necessária ao seu projeto de extermínio. Este ensaio evoca a noção de “corpos periféricos” para descrever uma categoria de inteligibilidade política que o necropoder impõe não apenas sobre os corpos palestinos, mas sobre incontáveis corporalidades continuamente relegadas ao lugar da desumanização que antecipa o seu extermínio. Se os corpos periféricos são o locus de implementação do necropoder, também são fonte de dissidência e contestação, insurgência e luta. Assim, a partir de exemplos de resistência anticolonial do povo palestino e do Sumud, são abordadas respostas dos sujeitos periféricos à violência do domínio colonial contemporâneo e ao necrocapitalismo colonial. Dialeticamente ao necropoder, formas de agência, resistência e reafirmação de suas vidas e humanidade são engendradas.