Este artigo oferece uma análise da disparidade das representações históricas em Humaitá, Amazonas, Brasil. Através de uma abordagem que combina a análise de conteúdo dos livros didáticos com as narrativas de professores atuantes na região, o artigo revela uma ocultação de figuras históricas locais, em particular o Cacique Ajuricaba, um líder indígena emblemático, em comparação com o destaque dado às personalidades e eventos europeus. A pesquisa, conduzida sob a perspectiva histórico-cultural, evidencia como a educação histórica no município tem sido influenciada por uma visão eurocêntrica, frequentemente relegando personagens e eventos locais a um papel secundário ou mesmo omitindo-os. Este desequilíbrio não apenas distorce a compreensão dos estudantes sobre a história local e regional, mas também minimiza a importância e o impacto das culturas indígenas e de outras culturas locais na formação da identidade regional e nacional. Professores entrevistados para o estudo expressaram preocupações com essa tendência, destacando a necessidade de um currículo mais inclusivo e representativo que valorize as contribuições indígenas e locais na história brasileira. O artigo conclui ressaltando a necessidade de uma abordagem mais equilibrada e inclusiva na educação histórica, que reconheça devidamente o legado de figuras como Ajuricaba e outras importantes para a História e cultura amazônica.
Palavras-chave: Educação histórica; Amazonas; Rede pública; Currículo inclusivo; Narrativas.