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O ensino público de línguas estrangeiras (LE) na Educação Básica brasileira tem sido um desafio para seus docentes. Carga horária diminuta, salas superlotadas, material didático precário (ou inexistente) e falta de domínio do idioma por parte dos professores são fatores comumente associados à baixa qualidade dos resultados alcançados pelos discentes. Além desses aspectos infraestruturais e técnicos, o desconhecimento de parte dos docentes e discentes de LE acerca de questões históricas, políticas e econômicas que determinam e configuram a oferta de ensino de LE nas escolas é também um fator que contribui para a baixa qualidade do ensino e da aprendizagem, pois tende a práticas pedagógicas acríticas e desconectadas da realidade dos estudantes. Nesse contexto, utilizando um levantamento bibliográfico e também documental de leis, diretrizes, parâmetros e orientações curriculares oficiais, este trabalho, no âmbito da História das Disciplinas Escolares, busca revisitar o percurso histórico e político do ensino de LE no Brasil desde o Império até a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Com isso, procura-se evidenciar interesses políticos, econômicos e ideológicos que indicaram e ainda indicam o nível de relevância dado às LE nas escolas em diferentes momentos da história da educação brasileira. Esse esforço revela que, historicamente, tais interesses são os elementos que norteiam as orientações pedagógicas para o ensino de LE na Educação Básica nacional. Reconhecer isso pode auxiliar professores de LE a entender melhor seu lugar dentro da escola e a criar propostas de pedagogia mais críticas que melhorem o ensino de LE nas suas comunidades.
Palavras-chave: Línguas Estrangeiras na Escola; História; Ensino.
