Brasil
The article aims to present the mental health assistance for adolescents in psychoactive substance abuse in Fortaleza, after the municipal health department determined, in 2021, that until the age of 16 the monitoring would be the responsibility of the CAPSi and that, from the age of 16, the treatment would take place at the CAPSad. The study was exploratory and descriptive. Semi-structured interviews and conversation circles were conducted with professionals from two CAPSad and one children's hospital. It was observed that adolescents have not been able to reach the psychosocial care centers, but are admitted to the hospital. The professionals point out as elements for the non-arrival of adolescents at the CAPS: the lack of preparation and management of the workers to deal with this public, the inadequacy of the physical space of the services, the absence of an offer of activities for the adolescents, the difficulties in carrying out actions in the territory and in intersectoral networks, the difficulties of young people moving through factional territories, the lack of perception of substance use as a problem by adolescents and the central place occupied by medications and hospitalizations.
O artigo visa apresentar a configuração da assistência aos adolescentes em uso abusivo de substâncias psicoativas em Fortaleza, após a secretaria municipal de saúde ter determinado, em 2021, que até os 16 anos o acompanhamento seria de responsabilidade do CAPSi e que, a partir de 16 anos de idade, o tratamento aconteceria no CAPSad. O estudo foi exploratório e descritivo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas e rodas de conversas com os profissionais de dois CAPSad e de um hospital infanto-juvenil de referência para internações psiquiátricas de crianças e adolescentes. Observou-se que os adolescentes não têm conseguido chegar aos centros de atenção psicossocial, mas são internados no hospital. Os profissionais apontam como elementos para a não chegada dos adolescentes aos CAPS: a falta de preparo e de manejo dos trabalhadores para lidar com esse público, a inadequação do espaço físico dos serviços, a ausência de uma oferta de atividades para os adolescentes, as dificuldades em realizar ações no território e em redes intersetoriais, as dificuldades de trânsito dos jovens pelos territórios faccionados, a ausência de percepção do uso de substâncias como um problema por parte dos adolescentes e o lugar central ocupado pelas medicações e pelas internações.