João Paulo Santos, Anabela Cruz Santos, Pascale Engel de Abreu
Phonological awareness skills should be developed as early as possible because they develop the ability to decode sounds and letters, which allows later access to the alphabetic principle. However, in the case of childrenwith hearing loss, there is a lack of studies to assess the effectiveness of evidence-based practices in improving phonological processing in these children. Therefore, a systematic review of the literature was conducted, including studies of interventions that focus on the development of phonological skills in children with hearing loss. The research synthesis and reporting procedures followed the PRISMA guidelines. This review includes thirteenstudies published in peer-reviewed journals over the last two decades, involving a total of 268 children with hearing loss, aged 57 months to 15 years, of nine nationalities, with Israel and the United States being the most representative countries. In terms of duration, the interventions ranged from six to thirty-six weeks, with a frequency that varied between two and four sessions per week, for an average of 30 hours of intervention. Regarding the use of hearing aids, most of the children used traditional amplification devices. The interventions reviewed in this study without exception reported, significant improvements in the phonological skills of the deaf children whoparticipated in them, at the level of phonemes, syllables and rhymes, which reinforces the urgency of addressing these skills as early as possible in order to ensure true inclusion of these children in access to language, in itsoral and written forms, taking into account bilingual education. The limitations faced by some studies during their interventions should be seen as an improvement for future research.
As competências de consciência fonológica devem ser desenvolvidas o mais precocemente possível, na medida em que, a partir destas, desenvolve-se a capacidade de decodificação de sons e letras, possibilitando um posterior acesso ao princípio alfabético. No entanto, no caso de crianças com perda auditiva, verifica-se uma escassez de estudos que permitam aferir a eficácia de práticas baseadas em evidências, na melhoria do processamento fonológico destas crianças. Assim, foi realizada uma revisão sistemática da literatura tendo em conta os estudos de intervenções que tenham como foco o desenvolvimento de competências fonológicas em crianças com perda auditiva. Os procedimentos de síntese e relato da pesquisa adotados seguiram as diretrizes do PRISMA. Esta revisão incorpora treze estudos publicados em revistas especializadas nas últimas duas décadas, envolvendo um total de 268 crianças com perda auditiva, com idades compreendidas entre os 57 meses e os 15 anos, de nove nacionalidades, sendo Israel e Estados Unidos os países mais representativos. Em termos de duração, as intervenções variaram entre as seis e as trinta e seis semanas, com uma frequência que variou entre as duas e as quatro sessões semanais, perfazendo, em média, 30 horas de intervenção. No que concerne ao uso de meios auxiliares de audição, a maioria das crianças usava dispositivos de amplificação tradicionais. As intervenções revisadas no presente estudo reportaram, sem exceção, melhorias significativas nas competências fonológicas das crianças com surdez que nelas participaram, ao nível do fonema, da sílaba e da rima, o que reforça a premência de uma abordagem destas competências tão precocemente quanto possível, de modo a assegurar o acesso à língua, nas suas vertentes oral e escrita, tendo em conta a educação bilingue. As limitações enfrentadas por alguns estudos durante suas intervenções devem ser vistas como uma melhoria para pesquisas futuras.